quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Júri popular condena os assassinos de “Véio” a 17 anos de prisão

Ganso e Nange irão cumprir cada um 17 anos de prisão em regime fechado

 Dr. Flávio Branquinho na abertura do júri popular que

condenou Ganso e Nange a 17 anos de prisão cada um

Dr. Cláudio de Barros Pinheiro, Promotor de Justiça, foi veemente na acusação dos réus

Os advogados de defesa, Dr. André Luiz de Brito e Dr. Milton César de Lima

O tribunal do júri ficou superlotado e os familiares da vitima estavam presentes






Monte Santo: Foi realizado na quinta-feira, dia 25 de agosto, júri popular em Monte Santo de Minas, para julgar Willian Henrique dos Santos, o Ganso, e Ronei Rilton da Silva, o Nange, pelo crime de homicídio por motivo fútil e cruel praticado contra Marcelo Aparecido Ferreira, o Véio, em 19 de setembro de 2009. Depois de horas de tensão, o julgamento durou 6 horas, com a família, parentes e amigos da vitima presentes no Fórum, alguns portando camisetas com o rosto de Marcelo estampado, e com o auditório superlotado, o Juiz de Direito, Dr. Flávio Branquinho da Costa Dias, que presidiu o tribunal do júri, depois de ouvir o corpo de jurados condenou Ganso e Nange a 17 anos de prisão cada um, em regime fechado. Willian já está cumprindo sua pena na Cadeia de Monte Santo, e Ronei foi transferido para a Cadeia de Alfenas. 
A nossa “Folha” acompanhou o julgamento e ouviu Willian (Ganso) dizer que “não tinha intenção de matar” e negar que era traficante de drogas, salientando que assinou o seu depoimento na polícia porque foi “torturado”. Já Ronei (Nange) se dizia inocente e negou sua participação no crime. Disse que não ajudou Ganso a colocar o Marcelo no carro e que não vendia drogas, também salientou que deu outra versão na polícia porque foi agredido. Sobre o depoimento de Vagner Aparecido de Souza, que estava presente na “boca de drogas” confirmando a participação de Ganso e Nange na agressão a Marcelo e posteriormente seu assassinato, os réus disseram não serem verdadeiras as suas palavras. Mas ambos confirmaram conhecer Vagner e que ele estava presente na casa de Ganso, onde Marcelo foi agredido e desacordado foi colocado em seu próprio carro e levado para uma estrada da zona rural, onde foi brutalmente assassinado.
Debate
O Promotor de Justiça, Dr. Cláudio de Barros Pinheiro, que teve como assistente Dr. Antonio Vicente Soares, ao falar para os jurados sustentou a tese de crime hediondo por motivo torpe e vil. Argumentou que se o Willian não tinha intenção de matar Marcelo depois de agredi-lo quando este esteve em sua casa comprando droga, deveria levá-lo para o Pronto Socorro, mas não, ao invés disso ele e o Ronei o colocaram dentro do carro da própria vitima e o levaram para uma estrada na zona rural onde, além do Ronei o perfurar com uma faca, o Willian desferiu vários golpes de pedras em sua face e cabeça, desfigurando-o. Dr. Cláudio insistiu nas contradições dos réus, frisando que ao chegar naquela estrada Willian disse que saiu do carro e o Marcelo teria pegado na barra de sua calça e com uma faca que pegara no painel do carro tentara lhe atingir. Depois o réu disse que se descontrolou e pegou uma pedra e começou a desferir golpes na face e cabeça de Marcelo. Disse também, que naquela madrugada havia ingerido bebidas e drogas. O Promotor, de forma contundente, mostrou para os jurados os depoimentos de Willian e Ronei para a polícia, onde ambos confessam o crime. Falou que o Marcelo uma semana antes do crime havia comprado de Willian uma pedra de crack e que Marcelo havia reclamado do tamanho da pedra. Uma semana depois, na madrugada do dia 19 de setembro, Marcelo voltou a comprar de Willian outra pedra de crack e também reclamara de seu tamanho e fez ameaça dizendo que iria contar para a polícia. Este foi o verdadeiro motivo do brutal assassinato, motivo torpe, baixo, cruel e fútil, afirmou o Promotor. 
A defesa, através dos advogados André Luiz de Brito e Milton César de Lima, pautaram seus argumentos na absolvição dos réus e, embora, tenham sido incisivos em suas ponderações não conseguiram demover os jurados que, pelo resultado, acataram as acusações do Promotor de Justiça, Dr. Cláudio de Barros Pinheiro e de seu assistente Dr. Antonio Vicente Soares, e votaram pela condenação dos réus.
A família da vitima, através de sua irmã Marília Ferreira, disse para a nossa “Folha”, que “a família queria justiça e a justiça foi prestada, embora, pela natureza do crime, esperávamos uma condenação superior a pena que foi imputada”.        

0 comentários:

Postar um comentário