quinta-feira, 3 de maio de 2012

Mamãe

Não me lembro da Senhora, apenas no Dia das Mães, mas eu a vejo e a ouço todas as vezes que pratico um ato de amor, de carinho, educação, respeito e responsabilidade.
Mamãe, a Senhora foi a maior riqueza que recebi: do seu coração, do seu desejo de ter filhos e eu tê-la como mãe. Até hoje, sinto sua imensa preocupação em nos proteger por qualquer coisa ruim que pudesse nos acontecer e ao meu irmão adotivo. Nunca me lembro de ter feito distinção entre os filhos de seu sangue e o adotivo e nem havia de sua parte nenhuma preocupação extra com nenhum de nós. O seu filho preferido, temporariamente, era o que estava doente ou aquele que tivesse uma necessidade premente sem despertar ciúme descabido. Fui um filho desejado e isto, para mim, representa e caracteriza a sua infinita extensão de amor e como foi dedicada e responsável por nós enquanto estávamos sob seus cuidados. Lembro- me do banho morno com bastante espuma que preparava para mim quando tinha cinco ou seis anos de idade. Vejo seu olhar cor-de-mel, com seu largo sorriso, cabelos lisos pretos e que sangue libanês forte, pois não tinha rugas até sua reintegração a Deus e a natureza. Meu lanche preferido que a senhora preparava todos os dias para a escola era pão com goiabada e queijo. Adorava as camisas com bolso de tampa que a Senhora fazia na sua “Singer”. Gostava da massa de queijo que a Senhora me dava ao espremer os queijos aos sábados.  Tanto a Senhora como Deus nos carregou no colo quando mais precisávamos. Cuidou dos e só deixou de agir quando já podíamos agir no seu lugar. O seu amor foi incondicional e responsável tanto com o mais dócil como com o mais rebelde. Posso dizer com acerto que Deus me deu a mãe perfeita até mesmo, quando não estava preparada para todas as eventualidades da vida. Abriu mão de seu amor próprio para nos dar amor. O seu trabalho conosco vibrava de amor visível. Nas minhas orações sempre me ensinou a agradecer a Deus pela vida e pedir a Ele luz, entendimento e sabedoria- eram suas estas palavras que as guardo no coração e as coloco em prática até hoje.
Mamãe, morena, linda, olhos cor- de mel amou tanto os filhos do seu ventre como o adotivo cujos pais não puderam cuidar dele. A Senhora acolheu meu irmão adotivo protegeu-o e o amou como os outros intensamente. Nosso pai primava pelo ensino das boas maneiras, limites, responsabilidade e compromisso à palavra empenhada. Ser mãe é um dom, e ter um filho adotivo sem distinção foi um vaso de bênçãos. Ela nos ensinou e nos deu a chance de ser felizes, era muito religiosa, falava duas línguas, tocava violino e nos mostrou o caminho da verdade bem como nos encorajava a ter iniciativa e trabalhar. E seu sacrifício, tenho certeza que não foi sacrifício: foi amor autêntico advindo de Deus para ser exemplo de vida.
Que o Senhor Deus do Universo abra os céus e derrame um canal de bênçãos sobre todas as mães deste mundo. Elas são as verdadeiras pontes entre os homens e o sustentáculo da paz. Jamais se viu uma mãe que promovesse a guerra. Elas não colocam veneno no seu fruto de amor. Obrigado, mamãe. Não sei expressar em palavras o reconhecimento deste seu tão grande amor. Mamãe, eu a amo.


Professor Adhemar


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