sexta-feira, 11 de maio de 2012

Arapoti-PR

Nilzinha quero corroborar com você em se tratando do estado lastimável em que se encontra a saudosa Estação da velha Mogiana, inaugurada em 1913 e que marca um passado indelével da vida social e econômica da época. Quantas vezes, íamos esperar a chegada do trem, ver a locomotiva, seu apito entre contralto e soprano, a composição de vagões, os trens de passageiros: o misto e o expresso. Charretes e os poucos carros de praça aguardavam os que chegavam provavelmente cansados do balanço dos vagões nos trilhos e viam-se alguns com buracos nas roupas feitos pelas faíscas, pois o combustível era lenha para produzir o vapor e locomover as máquinas. Depois a Mogiana mudou de nome para Fepasa com motor a diesel. Como viajei nesta Mogiana. Lembro-me da cor das passagens: brancas e verde lembro-me do guarda anunciando o nome da próxima estação. Eu viajava 12 horas para chegar a São Paulo e depois mais duas para Guaratinguetá para a Escola de Especialistas da Aeronáutica.
Há algum tempo estivemos em Arapoti, norte do Paraná, fiquei lá cinco dias maravilhosos. O clima de lá é bem mais ameno que o daqui e dá cada geada de bater o queixo. Há muito reflorestamento além de matas naturais de um verde exuberante e muitas represas. O povo é altamente dedicado às atividades agroindustriais. O gado leiteiro com altíssima produtividade e uma boa parte das propriedades é dos imigrantes holandeses com fazendas bem estruturadas.
A Estação da Rede Ferroviária Federal foi integralmente restaurada, com pintura original, as estruturas da plataforma restauradas e é como se estivessem sido construídas recentemente. A Estação transformou-se numa bela, turística e útil Casa da Cultura. A Diretora da casa a senhora Noelly Fragoso nos mostrou as dependências da Estação, o aparelho do telégrafo, o instrumento que picotava as passagens, as mesas de jacarandá, canetas-tinteiros e ao lado havia uma bandeira de Arapoti e outra do Brasil. O armazém ou almoxarifado foi transformado num belo salão de reuniões culturais diversas, para apresentação teatral e outras reuniões sócio- econômico- políticas. O que achei um desbunde foi a restauração de cinco vagões com a pintura original, assentos e o que foi mais impressionante: aproveitados para funcionar como sala de aula de ensino musical. Num deles, havia um órgão, professor e alunos em atividade. No outro, aulas de saxofone e clarineta, noutro harpa, noutro acordeom e no último, aprendizagem de violão. Do lado de fora, viam-se alguns eixos com as rodas, bitola 1,20m de largura sobre trilhos. A caixa d’água enorme com cores determinadas pela Prefeitura e Organizações de conservação e de tombamento de patrimônios. Árvores: palmeiras imperiais gigantescas, sassafrás com seu cheiro gostoso tudo disposto como um lindo jardim. Bem ao lado, havia uma pista para caminhada e de um lado e outro da pista palmeiras de 12 em 12 metros formando uma linda alameda. Sabe Nilzinha,o lema do prefeito é: fazemos a vontade brilhante do povo. O povo quis homenagear os trabalhos, as atividades de uma época bem como as suas belezas. Valeram-se de suas criações de espírito porque souberam resgatar, restaurar as ações gloriosas dos cidadãos da época. Estamos, pois mais enriquecidos com a História de nossa terra, disse o prefeito.
O prefeito tem toda razão, uma instituição de tal valia deveria existir em cada rincão por mais afastado que seja. A Europa prima pelo turismo, nós também temos chance, basta iniciativa. É através de empreendimentos como este que o homem público deixa marcas indeléveis de sua gestão. O prefeito de Monte Santo estará de parabéns com uma iniciativa paralela à descrita e estará a demonstrar que possui consciência das necessidades públicas porque é de louvar realizações necessárias para alegria dos cidadãos.

Professor Adhemar

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