quinta-feira, 31 de maio de 2012

Português castiço ou “internetês”?

É óbvio que nem um, nem outro! 
Quando falamos em “português castiço” (de boa casta ou raça), estamos nos referindo à língua portuguesa usada de forma impecável, de acordo com as normas gramaticais _ livre de qualquer informalidade, como gírias, reduções, falta de concordância, de sintaxe_ enfim seria a língua de Camões. Mas, há muito tempo, essa língua deixou de ser pura, corretíssima e formal. 
A verdade é que a língua oral é totalmente informal. Aceita--se a gíria e até a falta de concordância. Embora, a fala é o “cartão de visita” para qualquer pessoa, pois é por meio dela que se manifestam as ideias, o discurso e, até, o nível intelectual do falante. Mas nós, os brasileiros, estamos bem longe de falar o português dos nossos descobridores, ou seja, dos portugueses de Portugal. Se o pronome “tu” e o seu plural “vós” saíssem do nosso dicionário, possivelmente, os brasileiros não sentiriam falta. Afinal, só o usamos, quando a professora nos pede para conjugar verbos. Mas até aí, está tudo bem, continuamos estudando, falando e escrevendo nossa velha língua portuguesa! Será? 
Até um tempo atrás, sim! Mas de uns tempos para cá, um grupo (internautas) continuou a falar o português, mas a escrever “internetês”. A vantagem do “internetês” é que ele dá rapidez na comunicação. É um fenômeno irreversível, por mais que alguns estudiosos condenem.
Mas o usuário do “internetês” precisa estar consciente da circunstância, ou seja, do momento, da situação em que ele faz uso desse código, ou seja, nas redes de comunicação, como: twitter, facebook, orkut, messenger, em chats ou quaisquer outras redes sociais, como blog, e-mail, etc. Essa linguagem dá rapidez na comunicação, ganha tempo, mesmo infringindo as normas gramaticais. E, nesse caso, tudo é válido! Mas, não se pode esquecer de que o nosso velho idioma de Camões continua vivo, atual, usual e, portanto, com suas normas a serem respeitadas! Nós, os brasileiros, temos “fama” de corromper nosso idioma ao usarmos a “terceira pessoa” do verbo e não o “tu”, “segunda pessoa”, como é o correto.
Das sete mil línguas faladas no mundo, a nossa língua portuguesa é a sexta mais falada, com 180 milhões de falantes nativos e uns 200 milhões de falantes totais. É a segunda língua de origem latina e a terceira de origem europeia mais falada no planeta”*. E não podemos nos esquecer de que a forma como falamos e escrevemos é o nosso “cartão de visita”! Portanto, se já não falamos tão bem a nossa língua materna, pelo menos, vamos escrevê-la corretamente. Não vamos confundir o “código” da internet (que é um suporte em que se aceita esse “código”)  com o idioma nosso de cada dia! 
*Fonte: Revista Discutindo Língua Portuguesa.


Professora Nilzinha


0 comentários:

Postar um comentário