sexta-feira, 11 de maio de 2012

Monte Santo: Vereadores votam aumento abusivo. Subsídio será de quase R$4 mil mensal

O reajuste será de 56% e o subsídio passará de R$2,5 mil para R$3,9 mil

Faixa colocada no Jardim Velho demonstrando a indignação da população
Monte Santo: A Mesa Diretora da Câmara Municipal de Monte Santo de Minas, composta pelos vereadores José Francisco Leandro (Chico do Mercado) presidente, Sebastião Pereira (Tião do Bar) vice-presidente e Flávio da Silva Santos (Flavinho) secretário, colocou em votação na sessão ordinária do dia 23 de abril último o Projeto de Lei 23/2012, que fixa os subsídios dos vereadores para a legislatura 2013/2016. Em primeira votação o Projeto de Lei teve a seguinte votação: 5 votos a favor, 2 contra e uma abstenção. A favor votaram os vereadores Diomar Mariotti Filho, Flávio da Silva Santos, Osvaldo de Paula (Vardo), Sebastião Pereira (Tião do Bar) e Antonio Nunes Machado (Tonho do Édio). Paulo Márcio Secundo dos Santos e Ronaldo Bernardo (Bernardão) votaram contra e a vereadora Maria Isabel Viana dos Santos se absteve. Se a matéria for aprovada em segunda e terceira votação os vereadores passarão a ter um subsídio de R$3.900,00 (três mil e novecentos reais), um reajuste de 56% em cima dos atuais R$2.500,00 (dois mil e quinhentos reais).   
Manifestação
Assim que a notícia deste abusivo reajuste chegou ao conhecimento da população, um clamor tomou conta da sociedade monte-santense que de imediato, através das redes sociais da internet, postaram centenas de mensagens virtuais repudiando este aumento abusivo e conclamando a população para uma manifestação em frente à Câmara Municipal na segunda-feira, 7, no horário em que se realizaria mais uma sessão ordinária do legislativo. As mensagens, todas com teor de reprovação, demonstravam grande indignação com a proposta da Mesa Diretora da Câmara. Todos acham o reajuste de 56% abusivo, indagando como uma cidade pequena como Monte Santo e com poucos recursos, onde a maioria dos trabalhadores recebe um salário mínimo mensal e os vereadores passarão a receber quase R$ 4 mil por mês? O clamor continua tomando conta, inclusive faixa reprovando a atuação da Mesa Diretora foi colocada em lugar bem visível, para que todos tenham fácil acesso na sua identificação. 
Fora da pauta
Talvez, para uma análise mais profunda sobre a matéria, a Mesa Diretora da Câmara achou por bem retirar o Projeto de Lei da pauta de votação da sessão ordinária realizada nesta segunda-feira passada, 7. Informações dão conta de que o presidente da Câmara, vereador Chico do Mercado, insistirá na votação do Projeto de Lei, marcando, talvez, sessão extraordinária para esta finalidade. Outros vereadores que compõem o bloco majoritário da Câmara, como o secretário da Mesa Diretora, Flavinho, e Diomar Mariotti Filho defendem o reajuste. 
Legal, mas imoral
Profissionais especializados em administração pública consultados por nossa “Folha” salientam que a medida é de aspecto legal, mas dado as circunstâncias do município onde mais de 90% dos seus trabalhadores recebe igual ou pouco mais de um salário mínimo mensal, a proposta torna-se imoral. Para estes profissionais o melhor seria a Mesa Diretora da Câmara rever a questão, pois a indignação popular, às vezes, toma rumo incerto, principalmente quando o valor recebido é considerado muito elevado pelos dias e horas trabalhadas no mês. A maioria do povo ignora os afazeres do vereador, esta maioria, embora o tenha colocado no legislativo, quer que as ações e atuações do vereador sejam de atenção constante à população, mas não tolera quando descobre um abuso desta natureza. A população, de modo geral, quando se depara com uma insensatez desta natureza faz uma conta simplista, dizem os profissionais especializados em administração pública. Para a população um salário muito elevado de vereador, embora com aspecto legal, representa uma atrocidade, ou seja, ela (a população) verifica os dias e as horas trabalhadas mo mês. No caso da Câmara de Monte Santo os vereadores participam de apenas uma sessão ordinária por semana, perfazendo quatro sessões ordinárias no mês e, vez ou outra, tem sessão extraordinária e, geralmente, tais sessões duram apenas uma hora. Então, a conta é simplista, quatro dias e apenas quatro horas de trabalho no mês, para um salário de R$3.900,00 realmente causa espanto e indignação, levando em conta as características e circunstâncias salariais do município, explicaram.
Desabafo
Como a pauta da sessão ordinária da Câmara é divulgada para os vereadores na sexta-feira que antecede a reunião, no final de semana já corria a notícia de que o Projeto de Lei não estaria na pauta de votação na sessão de segunda-feira, 7. Diante disto, a manifestação programada via internet perdeu fôlego e os poucos populares que se encontravam na porta da Câmara nesta segunda-feira passada, 7, acusavam os vereadores que compõem a Mesa Diretora de legislar em causa própria. “Votaram contra a construção de uma creche e contra o pagamento do aluguel da Big Bag, mas querem aprovar um vergonhoso salário para eles. Eles (os vereadores do bloco majoritário da Câmara) deveriam pensar mais na população e não em fazer politicagem, será que não estão vendo que estão prejudicando o nosso povo. Mas, no entanto, querem aprovar um salário elevado para eles achando que Monte Santo é uma cidade rica e poderosa, eles (os vereadores do bloco majoritário) precisam cair na real”, asseveraram. 
Quem pagará a conta
Se o Projeto de Lei for aprovado, a partir de 2013, de acordo com a Justiça Eleitoral a Câmara de Monte Santo passará a contar com 11 vereadores com subsídio de R$3.900,00 cada um. Mensalmente serão gastos um total de R$42.900,00 para pagamento dos vereadores. No ano serão R$514.800,00 e durante os quatro anos da legislatura serão destinados R$2.059.200,00 só para fazer face aos subsídios dos vereadores, sem considerar o custeio de manutenção da Câmara, salários de funcionários, despesas com viagens de vereadores, entre outros. E você, o que acha? Concorda com o aumento da forma como está sendo proposto?

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