segunda-feira, 25 de julho de 2011

Pipas e conscientização

De julho de 2010 a junho deste ano, as pipas que caíram nas redes elétricas causaram irritação e desconforto para 10.082 moradores dos municípios de Mococa e Monte Santo de Minas. Somente em Mococa, as seis ocorrências registradas nesse período afetaram 9.915 clientes. Já em Monte Santo, as pipas foram responsáveis por duas ocorrências, que deixaram 162 clientes sem energia elétrica.
Ilustres frequentadores de nossa paisagem nesta época do ano, as pipas são na verdade diversão para poucos e problemas para muitos. Saber brincar é também um ato de cidadania.
E com a chegada das férias e o aumento de crianças e adolescentes nas ruas e parques das cidades, aumenta a preocupação das equipes da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Rodoviária e empresas de energia. A melhor prevenção é não brincar muito próximo das redes elétricas e utilizar cerol nas linhas representa os maiores riscos de acidentes. Linhas reforçadas com vidro e cola são proibidas e sua comercialização é crime. Muitos acidentes envolvendo motociclistas atingidos na altura do pescoço deixam um rastro de impunidade porque raramente consegue-se punir os responsáveis. 
Mas nem tudo está perdido. É possível reverter essa ameaça com mais conscientização e a adoção de algumas medidas preventivas. Ninguém precisa ficar sem seu brinquedo e a solução não passa pela proibição das pipas. Muito pelo contrário. A primeira providência é escolher um local para brincar longe da fiação elétrica. Por isso a melhor maneira de se prevenir é afastar esse risco buscando locais mais seguros, campos abertos e parques, áreas com menos acidentes geográficos, terrenos planos, fugindo do entorno de rodovias ou das avenidas de intenso movimento, evitando inclusive os atropelamentos.
Outra preocupação é em relação ao papel utilizado. Aumenta o risco de acidentes se a opção pelo papel alumínio for utilizada, ou mesmo papel laminado, por serem condutores elétricos, facilitando a ocorrência de curtos-circuitos.
Ao ficar preso na fiação elétrica, o brinquedo deve ser esquecido. A tentativa de resgatá-lo pode provocar desligamentos no fornecimento de eletricidade, causar acidentes de grandes proporções, inclusive com vítimas. Subir em telhados ou postes para recuperar a pipa representa risco de choque, assim como tentar removê-la com canos ou bambus. Não é indicado soltar pipas na chuva. O brinquedo funciona como para-raio, conduzindo energia, assim como não é indicado subir em lajes para empinar pipa, porque qualquer distração pode causar uma queda.
Ninguém precisa ficar sem empinar pipas, uma brincadeira tão incorporada na vida, na cultura e no folclore brasileiro. Porém, respeitar limites é preciso. O alerta é para que medidas de segurança sejam respeitadas. Sem colocar em risco a vida e a integridade das pessoas.
Esses cuidados podem ser multiplicados para que um número maior de pessoas perceba o problema e contribua com sua solução, seja respeitando as regras em benefício da sociedade, seja alertanto sobre os riscos aqueles que ainda insistem nas atitudes inseguras.
Darlan Antonio de Jesus é engenheiro líder da CPFL Mococa.

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