quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Perdemos Autran Dourado, o ilustre monte-santense desconhecido de seu povo!

“O Brasil perde um autor importante”, lamenta Ferreira Gullar, colunista da Folha.” (30 de setembro de 2012)
Aqueles que foram meus alunos, com certeza, se lembram de Autran Dourado (Waldomiro Freitas Autran Dourado)! Fizemos um convite a ele e tivemos o privilégio de recebê-lo na Escola Estadual “Américo de Paiva”. E não sei dizer se qual alegria foi maior, a nossa, pelo fato de ele aceitar nosso convite, ou a dele de estar entre nós. E, mais tarde, quando eu já não morava aqui, fiquei sabendo que foi convidado novamente e aceitou o convite. E aceitaria quantas vezes fosse convidado, tenho certeza!
Os monte-santenses mais idosos também se lembram dele. Mas a maioria de nossa população não sabe quem foi este ilustre  monte-santense nascido em Patos de Minas. Sim, ele nasceu em Patos de Minas porque a família de sua mãe era de lá e, portanto, ela quis ficar perto da família no momento do parto. Mas dias depois de seu nascimento, aqui estavam de volta, e aqui ele viveu sua infância, onde hoje é a Av. Cel. Antônio Paulino da Costa, n. 144.  Portanto, ele sempre se considerou monte-santense e assim ele declarava em suas entrevistas: “Não mineirice que é uma caricatura distorcida de quem nasceu em Minas, mas mineiridade sim que é a simpática tradição dos mineiros de ponderação e prudência.”
Em 2000, recebeu o prêmio Camões, o mais importante prêmio da literatura de língua portuguesa. Em 2008, recebeu da ABL (Academia Brasileira de Letras) o Machado de Assis, prêmio máximo concedido pela entidade pelo conjunto da obra. Mas recebeu muitos outros prêmios, inclusive a Comenda “Prêmio Luiz de Camões”_ prêmio máximo de literatura portuguesa.
Em mais de uma obra ele se refere a nossa cidade, mas é em sua obra mais famosa “O Risco do Bordado”, que se passa toda em nossa Monte Santo do passado, onde ele viveu sua infância. Na obra “O Risco Do Bordado”, Monte Santo é chamada de “Duas Pontes”, uma menção às pontes da avenida do córrego. 
Eu tive apenas um encontro com ele, que foi quando aqui esteve no primeiro convite que fizemos a ele.  Mas ainda tenho nítida a lembrança daquele homem simples e gentil. Ele parecia muito feliz de estar entre nós, que considerava seus conterrâneos e na cidade que considerava sua terra natal. 
Muito obrigada por fazer parte de nossa história, Sr. Autran Dourado! Um monte-santense na eternidade! E continue contando nossas “mineiridades” ou “mineirices” para os anjos do céu! Fica com Deus! Missão cumprida! E bem cumprida!
Uma correção no título desta crônica: “não perdemos” pois nunca “perderemos” quem é imortal.

Professora Nilzinha

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