domingo, 20 de novembro de 2011

Espaço Memória - O DIA DE INLEIÇÃO

- Muita gente na cidade?
- Nem fale, primo Bastião...
Mais de tuda qualidade
tinha gente na inleição!

Fiquei meio atrapaiado:
fui votá co’ Coroné
que pago o dotor formado
que curô minha muié.
Quando chegô nho Travasso,
p’ra quem devo treis favô,
e me pegano p’ro braço,
disse: “Este é meu eleitô”.
Votei co’elle, que fazê?
Mais porém, notra inleição,
o Coroné há de vê
que eu to no seu bataião.
De tardinha, quando eu sube
que ia have u’a cervejada
na casa grande do crube,
fui p’ra lá vê a rapaziada.

Ota povo! Mais que terno!
Tudo era alli bem tratado...
Eta baruio do inferno!
Fiquei meio turtuviado.
A gente ganha sapato,
ganha ropa de argodão,
come frango, como pato,
quano é dia de inleição.
O tar crube é um bão cevêro,
os chefe são cevadô,
é gente que tem dinhêro
p’ra garanti o eleitô.
P’ra vancê sê visitado
nos tempo das inleição,
é perciso sê alistado...
Se aliste, primo Bastião.

Cornélio Pires

0 comentários:

Postar um comentário