O vereador Osvaldo de Paula, o Vardo, foi sequestrado quando iria participar de uma sessão na Câmara.
Monte Santo:- Na manhã desta sexta-feira passada, o vereador Osvaldo de Paula, o Vardo (PTB), vice-presidente da Câmara Municipal de Monte Santo de Minas, foi sequestrado quando saia de sua residência na zona rural a caminho da cidade onde participaria de uma importante sessão no Legislativo monte-santense. Nesta sessão da Câmara onde foram cassados quatro vereadores da base situacionista, não contou com a presença de Vardo que estava, segundo ele, passando por um dos momentos mais terríveis de sua vida. Ainda de acordo com o depoimento do vereador, o sequestro foi praticado por dois indivíduos desconhecidos. Ainda no período da manhã, assim que seus familiares informaram a polícia sobre o seu desaparecimento, Dra. Renata imediatamente acionou seus comandados, além de solicitar apoio da Polícia Militar para empreenderam buscas no sentido de descobrir o paradeiro do vereador.
O sequestro
Depois de ser trazido da zona rural pela Polícia Militar, o vereador Vardo foi conduzido pelo investigador Samir Donizete da Silva para a Delegacia de Polícia onde foi ouvido pela Delegada Dra. Renata Mattoso Libório Pereira de Paula. Neste depoimento, que teve a presença da nossa “Folha”, Vardo contou que quando transitava com seu carro pela estrada rural percebeu que um veículo Uno de cor branca o perseguia. Já próximo da cidade, Vardo disse que um dos indivíduos que estava no Uno o abordou pedindo para que ele parasse e ao estacionar o seu carro viu que o individuo estava com um revólver na mão e brutalmente dizia: “estamos em fuga, vamos-te sequestrar, fica quieto se não te matamos, já matamos um que está no porta-malas”. Vardo, assustado, perguntou aos sequestradores se era assunto de política, uma vez que participaria de uma importante sessão na Câmara. Mas, de acordo com o seu depoimento, os sequestradores insistiam de que “estamos em fuga...”. O vereador contou para a delegada que foi encapuzado e conduzido para o outro veículo e não sabia para onde o estavam levando, mas percebia que estavam andando muito. Disse ainda não conhecer os dois sequestradores, sendo um branco com barba e o outro negro e nada mais podendo informar sobre as características deles. Embora ao lado de sua esposa, dona Cleuza, e do advogado Lucas Antonio Cecílio Silva, Vardo, que sempre se mostrou sereno e uma pessoa tranquila, desta feita estava transtornado e muito nervoso. Disse que depois de horas de horror, os indivíduos o deixaram num canavial ameaçando-o de morte se tirasse o capuz. Depois de perceber que os sequestradores tinham se retirado, Vardo retirou o capuz e saiu andando em busca de socorro, quando encontrou uma pessoa que o ajudou chamando a Polícia Militar que foi buscá-lo. O vereador foi encontrado na estrada vicinal que liga Monte Santo a Cássia dos Coqueiros. A nossa “Folha” perguntou ao vereador se ele havia sido agredido fisicamente, Vardo respondeu que não e que “apenas falavam que iriam me matar”. O vereador também falou que os sequestradores não levaram nada de valor, que estava em seu poder naquele momento. A nossa “Folha” também apurou, que a família não recebeu nenhuma ligação telefônica exigindo resgate e o veículo que ele utilizava no momento do sequestro foi encontrado nas imediações aonde o vereador foi deixado pelos indivíduos. A história ainda não está esclarecida e a polícia civil promete empenho para descobrir os autores deste crime, uma vez que o vereador Vardo disse que foram dois indivíduos que os sequestraram.
Conotação política
Antes de entrar no mérito político, Dra. Renata perguntou ao vereador se ele não estava inventando toda esta história, o que foi respondido negativamente por Vardo. A delegada insistiu dizendo que se ele estivesse contando algo fantasioso poderia responder a um processo, e novamente Vardo negou. Devido ao evento político que acontecia na Câmara Municipal, Dra. Renata disse que havia sido informada pelo filho do vereador de que Vardo havia recebido uma proposta de R$200 mil para não votar na sessão da Câmara. Surpreendido pela pergunta, Vardo respondeu que não havia recebido tal proposta. A delegada insistindo disse que, “mas foi seu filho quem me falou” e o vereador meio desconfortado respondeu que “ouvi dizer que esta proposta teria sido para o vereador Tião do Bar”. Em seguida Dra. Renata solicitou a participação da Polícia Técnica para periciar o local aonde o vereador foi encontrado e, conforme a nossa “Folha” apurou, Vardo e os policiais foram até este local na zona rural.
Esclarecimento urgente
O prefeito Militão Paulino de Paiva, que havia chegado na quinta-feira à noite de viagem de Belo Horizonte e Brasília, onde estivera assinando convênios de grande importância para o município, disse para a nossa “Folha” que o sequestro de Vardo foi “abominável e me solidarizo com ele e seus familiares, pois acredito que passaram por momentos terríveis”. Militão salientou também que “espero que a polícia resolva e esclareça este crime o mais rápido possível, para a tranquilidade de toda a comunidade monte-santense”. Conforme a nossa “Folha” apurou, nesta segunda-feira última, 28, os ex-prefeitos Cacau e Sandra Cecílio, juntos com vereadores de suas bases, estiveram na Delegacia de Polícia Civil onde conversaram com a delegada Dra. Renata, solicitando empenho na solução do caso.
Foto: Vardo quando prestava depoimento para a Dra. Renata ao lado de sua esposa, dona Cleuza, e do advogado Lucas Antonio Cecílio Silva
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