quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O deserto do homem


A preocupação de um homem pode ser como um pássaro que assenta em nossa cabeça, mas não é prudente deixar fazer ninho. Tais ninhos podem crescer e virar deserto onde desejos imoderados de possuir bens e glória alastram-seem estima excessiva de si mesmo como o narcisismo. Já vimos que o deserto é um lugar inóspito, de escassez, onde os elementos vitais como água e alimento quase não existem. 

O maior deserto da terra não é a Antártida e nem o Saara. O maior deserto não está na terra, mas nos homens, registrado através do comportamento presunçoso, ambicioso , sórdido de vã glória, atos de hipocrisia que mascaram a maldade do coração, atos obstinados que não aceitam os conselhos e insistem sempre na estrada do analfabetismo do mal. O deserto no homem produz ainda o desprezo pelos semelhantes, olhando-os como seres inferiores. Ao lado sul deste tipo de deserto pode-se constatar outro constituído das pedras polidas da injustiça como roubo do sossego, trapaças e corrupção de toda ordem, a dureza de coração perante as necessidades básicas a que tem direito o ser humano. A preocupação constante do medo de perder tudo leva o homem a perder a fé e ao esquecimento dos propósitos de Deus para com o homem. 
Há desertos nos homens que se semelham aos deuses de pedra egípcios, gregos e romanos que nada puderam fazer, pois, era a pedra do homem que se consubstanciava napedra. E o que pode uma pedra fazer se ela não tem vida e muito menos consciência? A dureza de coração do homem é como pedras que avançam dilatando os limites do deserto. Outro deserto terrível no homem é cair na tentação para alcançar a satisfação das paixões, do seu conforto exacerbado, de esconder dos outros os atos maus que fazem sem limites. Isto se deve ao turvamento das águas de vida interior do homem afetadas pela fúria das areias do deserto psíquico ganancioso, enlameando e empedernindo a serenidade como o sono de um bebê. Muitos homens estudaram não para adquirir cultura e sabedoria porque não tinham seu espírito engrandecido, mas inchado de vaidade, que se julgando grandes, viam tudo diminuto em seu redor. É aí que o deserto avança ondulando em areias e dunas que balançam almas ao sabor das paixões e distorções considerando que a sensação é humana e terrena, mas o sentimento e o respeito ao semelhante é celestial e divino. A paz e a união dos povos far-se-á pela união perfeita que é possível através do sentimento de amor convicto e responsável e não pela sensação. 

O maior deserto do homem é transformar sua liberdade em escravidão. Ela começa com a soberba ou orgulho que consistem numa valorização excessiva de si mesmo. Acha que possui tantos oásis que são qualidades que na verdade não possuem e por esta conduta procura sempre rebaixar as montanhas de qualidades dos outros para que elas virem desertos. 

Vamos, pois cuidar de nossos pensamentos que geram palavras; estas, atitudes e as atitudes geram hábitos que formam a personalidade. Procuremos Deus No coração do homem para encontrar o homem no coração de Deus para que fiquemos contentes visto que a falta de contentamento é uma manifestação de cobiça, que é uma idolatria desértica. Diz um provérbio que não é o hábito que faz o monge, mas o hábito que ele tem...
Professor Adhemar

0 comentários:

Postar um comentário