sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

QUERER POUCO - Espaço Memória HR

Choro tinta e lágrimas correm como notícias.
Não quero a lua. Não quero uma camisa bem passada.
Não quero desculpas esfarrapadas.
Quero sim tão pouco...
A liberdade de um poema triste.
Um pouco de ar fresco.
Fotografar flores – em cada flor, um milagre.
Quero a paz que não tenho.
O reconhecimento da luta.
Um bom livro para sonhar.
Tão pouco. Mas tanto...
Não quero rancores, quero risos.
Não quero brilhar, quero verdades.
Não quero perder o horizonte dos olhos.
Ao contrário, quero o calor dum aperto de mão.
Um beijo amigo.
Umas pastilhas antiácidas.
Um sorriso despretencioso.
Quero um sorvete de chocolate.
Um Pai-Nosso com fé.
Um motivo para seguir.
Tanto e tão pouco, que nem sei medir.
Não sei medir felicidade.
Não sei medir tristeza.
E sei o que quero – pouco – e o que não quero.
Quero momentos reais e sem amargura.
Não quero a loucura.
Quero a simplicidade das virgens.
Não quero as nuvens.
Quero um dia inteiro de sol.
Não quero tanto.
Tão pouco.
Talvez, sem medo, eu queira chorar tinta.
Mas que as notícias morram cedo...
Edgarlook



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