quinta-feira, 23 de junho de 2011

Preconceito Linguístico

Falar sobre preconceito é sempre difícil porque, de certa forma, divide opiniões. Mas o preconceito linguístico pode ser o mais polêmico de toos os preconceitos. Isso porque existe uma norma culta em oposição à língua falada no dia a dia por diferentes classes sociais.

Mas o que é falar corretamente ou falar bem? O objetivo da fala, é óbvio, é comunicar. Essa comunicação deverá ser clara, ou seja, o ouvinte deverá entender o discurso do falante. E é na escola, por meio da fala do professor ou por meio dos livros didáticos, que esse processo deveria se desenvolver de maneira mai formal. Um processo lento e natural, sem autoritarismos, sem decorar regras. Mas, principalmente, com muita leitura de bons autores.
Os livros didáticos, hoje em dia, procuram trazer os mais diferentes gêneros textuais (esses gêneros são classificados, pela Linguística, em torno de, mais ou menos, 3000) e o professor deve aproveitar para trabalhá-los no dia a dia. Não só trabalhar os textos do livro, mas levar recortes, bulas de remédio e os mais diferentes gêneros, como piadas, palavras cruzadas, propagandas, entre outros, para a sala de aula.
O mais interessante, e que devemos dar muito valor, é o fato de vivermos no quinto maior país do mundo e falarmos uma única língua, ou seja, a língua portuguesa. Mas será que isso é verdade mesmo? Falamos todos a mesma língua? Se considerarmos que na Suíça, por exemplo, são falados os idiomas: alemão, francês, italiano e romanche, então podemos dizer que temos um só idioma. Mas estamos longe de falarmos a mesma língua. Temos um alto grau de diversidade e variabilidade. Não só pela extensão territorial, mas pela diversidade cultural. Ou, pior ainda, pela desigualdade da distribuição de renda (o Brasil é segundo pior país do mundo na questão da desigualdade de distribuição de renda), que gera desigualdades regionais e milhares de brasileiros à margem dessa língua chamada culta __ um privilégio de poucos.
Assim como temos os sem-terra, os sem-tetos, temos uma grande quantidade de brasileiros sem-língua culta, ou seja, sem saber falar o próprio idioma. Pior, sem entender o próprio idioma. A prova disso é que apenas uma pequeníssima minoria da população consegue ler, entender ou interpretar uma lei da nossa Constituição. Não conhecem seus direitos ou deveres. Que pena!

Professora Nilzinha

0 comentários:

Postar um comentário