quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Afinal, qual o futuro que queremos?

Marcela é aluna Degraus da 3ª série do Ensino Médio. É ótima em redação e nos seus estudos. Eis para todos algumas de suas ideias.

Que os recursos naturais do mundo são limitados e estão ameaçados de acabar não é nenhuma novidade. Para tanto, as organizações que zelam pelo meio ambiente estão sempre criando programas de apoio global para conscientizar a população sobre as atitudes ecologicamente corretas e mudanças de hábitos.
Dentre essa série de esforços para salvar o mundo, entra em foco a Rio + 20, uma mconferência da ONU, com sede na cidade do Rio de Janeiro, que irá discutir meios de transformar o planeta em um lugar melhor para se viver. O documento final dessa conferência intitulado - “O futuro que queremos” – tem como objetivo apontar as diretrizes consensuais para o mundo transmitir para uma economia verde e mais sustentável no contexto dos temas que serão tratados, como por exemplo, a erradicação da pobreza, energias renováveis, cidades sustentáveis e acesso à água. Em suma, tal conferência pretende conciliar o desenvolvimento econômico capitalista com a preservação ambiental. Mas, será que tentativas como essa de salvar o mundo são viáveis? Ou são nada mais do que uma “maquiagem verde”? Será que é possível algum tipo de “desenvolvimento sustentável” ou “economia verde” sob o capitalismo?
O regime capitalista provoca uma separação entre o ser humano e a natureza. Esta é vista como uma mera mercadoria pela ciência e pela técnica. A crise econômica está lançando a área ambiental para uma grande maquiagem verde. Ninguém abre mão de favorecer a manutenção da frágil estabilidade econômica atual, não importa o desastre que isso venha a representar no futuro. Não obstante, a inércia cultural, política e econômica ainda fazem vigorar as concepções clássicas de crescimento e desenvolvimento, sem trazer à tona os desafios da sustentabilidade.
Existe um grande risco de a Rio + 20 cair na politicagem em vez de anunciar diretrizes para enfrentar as práticas insustentáveis de produção e consumo atuais. O desafio é ir além dos rótulos e verificar que passados 20 anos da Eco-92 e da disseminação dos conceitos de desenvolvimento sustentável está mais que na hora de fazer o alicerce da economia servir e respeitar os limites da integridade do meio ambiente e gerar benefícios para a sociedade entre os quais o desenvolvimento social.
É necessário o reconhecimento do limite das alterações aceitáveis para manter a vida e o reconhecimento de que estamos numa crise civilizacional. Afinal, quando não há ética, não há transformação possível, apenas um jogo de conveniências e aparências. Mudança de comportamento exige compromisso verdadeiro com postura e atitude e não apenas palavras.

Marcela B. Piccinini Giacomelli

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