terça-feira, 24 de maio de 2011

Ou seja, escola ou empresa?

“A educação é um processo e não um produto.” (Jornal de Debates)*.
Tratar a educação como um produto que pode ser vendido ou comprado é transformar o processo de ensinar e aprender em mercadoria, ou seja, é desumanizá-lo.
Uma escola não pode ser um “armazém” que vende um “produto” para um cliente que pensa estar comprando um futuro bem sucedido, a garantia de um profissional de sucesso. Um educandário é bem mais que isso. É o lugar onde se educa.
Mas o que é educar? Segundo Houaiss**, educar é “dar a alguém todos os cuidados necessários ao pleno desenvolvimento de sua personalidade”. Será que é isso mesmo que nossas escolas têm oferecido às nossas crianças ou jovens? O que seriam exatamente esses “cuidados necessários”? Os pais e a escola têm mesmo esse objetivo?
A formação da personalidade, da criança ou do jovem, depende daquilo que eles vivenciam. Depende muito dos exemplos que lhes são passados por meio de atitudes dignas dentro do próprio lar ou da escola. No entanto, o que se percebe é uma preocupação, por parte dos pais, que o filho tenha boas notas e que seja aprovado. E a escola tem a preocupação de passar apenas conhecimento, esquecendo-se da educação integral. As escolas particulares têm se transformado em empresas, nas quais os alunos são “clientes”, e tudo deve ser feito para não se perder o cliente que garante o enriquecimento da “empresa”. Os proprietários de uma escola particular, muitas vezes, nem são educadores, agindo, portanto, como empresários, ou seja, visam exclusivamente ao lucro. E, nas escolas públicas, o que se vê, muitas vezes, são salas superlotadas e professores mal remunerados.
“Infelizmente, o professor é visto por grande parte da sociedade como um subalterno para o qual são dirigidas diversas ordens.
Quando o professor atua na escola pública, muitas vezes, não possui ou é limitada a autonomia plena para aprovar ou reprovar um aluno, isso porque o próprio sistema determina o percentual de aprovação e reprovação que deve acontecer com intuito de cumprir acordos firmados com organismos internacionais de ordem econômica como FMI (Fundo Monetário Internacional), Bird (Banco Internacional Para Reconstrução e Desenvolvimento) e Unesco, esses liberam créditos somente se os dados apresentados se enquadram nas exigências dos mesmos.
Nas escolas particulares, em sua maioria, os problemas não diferem tanto, os donos designam a aprovação a qualquer preço, pois os pais não querem seus filhos reprovados, ainda mais que durante o ano foram gastos altos investimentos em mensalidades. Além desses agravantes, os pais ameaçam constantemente retirar os filhos da escola caso sejam reprovados. É bom enfatizar que existem pais que não agem dessa forma. Diante dos dois casos parece que a educação se transformou em comércio, os governos não querem perder empréstimos e investimentos e donos de escolas privadas não aceitam perder receita. É bom ressaltar que os casos citados acima não são regras, uma vez que existem instituições públicas e privadas que não se enquadram no contexto.”  (http://educador.brasilescola.com/etica/a-dura-realidade-professor.htm)
Dessa forma, como pode ocorrer esse “pleno desenvolvimento da personalidade”?  E há alguém, realmente, preocupado com isso? Sim, há! Há o professor! Esse profissional, que mesmo mal remunerado ou injustiçado, não desiste de ensinar princípios, valores éticos, morais e de justiça. O professor é o único que coloca a educação em primeiro lugar! E digo isso com convicção!


   Professora Nilzinha
  *Jornal de Debates surgiu na França. Mais tarde foi publicado no Brasil. Atualmente, só na internet.
** Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa

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