S.S.Paraíso: O secretário municipal de Agricultura, Mauro Westin, recebeu na tarde de quarta-feira (20), o presidente do Conselho Municipal do Desenvolvimento Rural e Sustentável (CMDRS), Marco Aurélio de Paula, e representantes das associações de produtores rurais para ouvir as demandas e apresentar para alavancar o setor agropecuário e hortifrutigranjeiro em São Sebastião do Paraíso.
Segundo Westin, a atual administração pretende valorizar cada vez mais a classe produtiva, fazendo com que a população, principalmente os jovens, saibam o que se planta e o que é comercializado na cidade, na região e em outros mercados consumidores, inclusive internacionais. “É preciso que os produtores sejam respeitados dentro do município, que as compras e as vendas sejam boas e o trabalho realizado em forma de cooperação”, destacou o secretário.
Mesmo o forte do município sendo a produção de café e leite, muitas famílias estão diversificando suas culturas, optando, por exemplo, pela lichia, banana, figo, tomate, mandioca, produção de doces, criação de gado e granja. “A determinação do prefeito Rêmolo Aloise é que as secretarias de Agricultura, Meio Ambiente e Obras trabalhem em conjunto para atender as demandas dos produtores rurais, principalmente na manutenção de estradas, viabilizando o escoamento das produções e na parte de legislação”, ressaltou Westin.
O secretário sinalizou que as parcerias da Prefeitura vão continuar com órgãos como o Instituto Estadual de Florestas (IEF), Empresa Mineira de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater) e o Instituto do Meio Ambiente (IMA), além do trabalho conjunto realizado com as cooperativas de leite (Coolapa e Aviação), café (Cooparaíso), Associação Comercial, Banco do Brasil e empresas que atuam no setor, como a Matsuda (sementes e implementos agrícolas).
Entre as principais demandas apresentadas pelos produtores está a emissão da nota fiscal para comercialização dos produtos, onde muitos deles fazem em outros municípios, como Fortaleza de Minas e Santo Antônio da Alegria/SP, devido à questões de proximidade, facilidade e impostos. Outro pedido feito pelas famílias é um incentivo da administração para que elas tenham outras fontes de renda. O preço oscilante pago pelos compradores dos produtos foi outro item destacado, além da patrulha agrícola, hoje com muitas máquinas sucateadas.
Uma das políticas de fomento apresentadas pelo secretário Westin é a construção de uma estufa no Parque Municipal da Serrinha (às margens da rodovia BR 265 – saída para Ribeirão Preto/SP), dimensionada tecnicamente, mantida com pessoal treinado, para produção e fornecimento de mudas às associações, principalmente de alimentos como a beterraba e a cenoura, além de flores para a manutenção das praças.
Outra proposta destacada foi a criação de um Centro de Distribuição na cidade, tipo um mini Ceasa, para a melhor comercialização dos produtos. “Temos que atender a merenda escolar (fonte de renda da maioria das associações), mas é preciso atender ao mercado consumidor”, recomendou Westin. O lançamento de cartilhas específicas e a construção de uma câmera fria também foi outra ideia anunciada na reunião.
De acordo com Marco Aurélio de Paula, presidente do CMDRS, no ano passado mais de R$ 150 milhões foram pagos às associações de famílias pela venda de seus produtos. Atualmente, o Conselho é formado pela união de dez associações, envolvendo cada uma mais de 20 famílias da zona rural do município, localizadas nas regiões da Faxina, Nossa Senhora das Mercês, Morro Vermelho, Barreiro, Queimada Velha, Itaguaba, Volpes, Pimentas, Termópolis e no distrito de Guardinha.
A maioria das associações já possui Telecentro em funcionamento, o que possibilita às famílias um contato maior com a internet, através de cursos profissionalizantes e à distância. A manutenção da rede é feita por uma empresa privada através de parceria com o CMDRS. A ferramenta poderá ser utilizada para um contato mais rápido e direto do produtor e suas demandas com a Prefeitura na solução dos problemas.
O presidente destacou que vários setores da sociedade tem procurado o Conselho para trabalhos de pesquisas nas fazendas, como a Universidade Federal de Lavras (Ufla), interessada no cultivo do figo. Marco Aurélio ainda ressaltou a importância das viagens a eventos como a Agrishow — para efetuar negócios e conhecer de perto as novas tecnologias, além de se manter no município a celebração do ano agrícola, um encontro onde as famílias se confraternizam e expõe seus produtos.
Outra reunião entre a Secretaria de Agricultura, o conselho e as associações deverá ser marcada nas próximas semanas, desta vez com a presença do secretário municipal de Obras e Planejamento Urbano, Maurício Marcolini, para tratar da manutenção das estradas rurais e do transporte escolar — muitas famílias reclamam que os veículos pegam as crianças de madrugada para irem à escola. A questão da segaurança e da patrulha rural deverá ser pauta de outro encontro.
texto e fotos: Adriano Rosa
